Por revista íntima de empregados Walmart é condenado a pagar R$ 800 mil

Terceira maior rede de supermercados do Brasil, o Walmart foi multado em 800 mil reais pela 14ª Vara do Trabalho de Brasília por dano moral coletivo. A condenação é resultado de uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho em decorrência da reclamação de empregados da empresa que alegam sofrer constrangimento por conta das revistas íntimas realizadas pela companhia ao fim do expediente de trabalho. A investigação foi realizada pelo MPT do Rio Grande do Sul.

A decisão foi tomada pela juíza Thais Rocha. Ela julgou a ação movida pelo procurador do Trabalho Valdir Pereira da Silva, e acatou o argumento de que as revistas extrapolam o poder de fiscalização patronal, ofendem a honra e a imagem dos empregados. Para a magistrada "não se admite que depois de um dia exaustivo, o trabalhador tenha que entrar numa fila indiana e abrir seus pertences, como meliante em potencial." Para a juíza as revistas íntimas extrapolam o poder que a empresa tem de fiscalizar seus empregados (internamente chamados de associados).

A partir da decisão, o Walmart fica proibido de realizar revista íntima nos seus empregados e o valor da multa para a desobediência é de 1 mil reais por empregado. Atualmente a rede possui 800 mil empregados em todo o país, faturando 24 bilhões por ano. A empresa, claro, afirma que cumpre a legislação vigente e que adota procedimentos que respeitam seus empregados. Amém disso, a direção da rede deve recorrer da decisão do tribunal.